Malpighiaceae

Byrsonima ligustrifolia A.Juss.

Como citar:

Eduardo Fernandez; Eduardo Amorim. 2018. Byrsonima ligustrifolia (Malpighiaceae). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

LC

EOO:

2.080.949,689 Km2

AOO:

244,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2018), com ocorrência no estado: Bahia (9460), Espírito Santo (Martinelli 10947), Minas Gerais (Araújo 751), Paraná (Roderjan 4949), Piauí (Sousa 11), Rio Grande do Sul (Rodrigues s.n.), Rio de Janeiro (Correia 213), São Paulo (Sampaio 130), Santa Catarina (Reitz 4929), Tocantins (Sobral 10434).

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2018
Avaliador: Eduardo Fernandez
Revisor: Eduardo Amorim
Categoria: LC
Justificativa:

Árvore de até 12 m, endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2018). Foi coletada em Floresta Ombrófila associada a Mata Atlântica nos estados da Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Paraná, Piauí, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina e Tocantins. Apresenta distribuição ampla, EOO=1756056 km², diversos registros depositados em coleções biológicas, inclusive com coletas realizadas recentemente, e ocorrência confirmada em Unidades de Conservação de proteção integral e em áreas onde existem extensões significativas de ecossistemas naturais em estado prístino de conservação. A espécie ocorre em múltiplas fitofisionomias e em distintos domínios fitogeográficos, de forma ocasional na maior parte das localidades em que foi registrada. Em Santa Catarina, B. ligustrifolia é considerada uma espécie comum, com ampla distribuição, sem especificidade de habitat e população abundante (Gasper et al., 2018). Não existem dados sobre tendências populacionais que atestem para potenciais reduções no número de indivíduos maduros, além de não serem descritos usos potenciais ou efetivos que comprometam sua existência na natureza. Assim, B. ligustrifolia foi considerada como Menor Preocupação (LC), demandando ações de pesquisa (distribuição, tendências e números populacionais) a fim de se ampliar o conhecimento disponível e garantir sua perpetuação na natureza.

Último avistamento: 2017
Possivelmente extinta? Não
Severamente fragmentada? Desconhecido

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Descrita em: Fl. Bras. Merid. (A. St.-Hil.). iii. 82. 1833. De acordo com especialista botânico a espécie: 1 - apresenta uso (madeira, frutos, paisagismo, etc). R.: Não; 2 - ocorre em Unidades de Conservação. R.: Sim. Parque Estadual da Serra do Mar e Reserva Biológica Augusto Ruschi; 3 - apresenta registros recentes, entre 2010-2018. R.: Sim; 4 - é uma espécie com distribuição ampla. R.: Não. Ocorre somente na Floresta Atlântica; 5 - possui amplitude de habitat. R.: Sim; 6 - possui especificidade de habitat. R.: Não tenho certeza; 7 - apresenta dados quantitativos sobre o tamanho populacional. R.: Não; 8 - em relação a frequência dos indivíduos na população. R.: Ocasional; 9 - apresenta ameaças incidentes sobre suas populações. R.: Avanço urbano sobre restingas de São Paulo ao Espírito Santo (Rafael Felipe de Almeida, com. pess. 27/10/2018).

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Sim
Detalhes: Os frutos da espécie tem uso alimentício (Elias e Santos, 2016) e na indústria de alimentos (Sampaio, 2015).

População:

Detalhes: Em Santa Catarina, Byrsonima ligustrifolia é considerada uma espécie comum, com ampla distribuição, sem especificidade de habitat e população abundante (Gasper et al., 2018). O Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina registrou 407 indivíduos no componente arbóreo/arbustivo e densidade absoluta de 21,6 ind./ha na regeneração natural da Floresta Ombrófila Densa (Vibrans et al., 2013a); 25 indivíduos no componente arbóreo/arbustivo e apenas um indivíduo na regeneração natural da Floresta Ombrófila Mista (Vibrans et al., 2013b).
Referências:
  1. Gasper, A.L. de, Oliveira, L.Z., Lingner, D.V., Vibrans, A.C. (Orgs.), 2018. Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina, vol. VII, Espécies arbóreas raras de Santa Catarina. Edifurb, Blumenau, 256 p.
  2. Vibrans, A.C., Sevegnani, L., Gasper, A.L. de, Lingner, D.V. (Orgs.), 2013a. Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina, vol. IV, Floresta Ombrófila Densa. Edifurb, Blumenau, 576 p.
  3. Vibrans, A.C., Sevegnani, L., Gasper, A.L. de, Lingner, D.V. (Orgs.), 2013b. Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina, vol. III, Floresta Ombrófila Mista. Edifurb, Blumenau, 440 p.

Ecologia:

Substrato: terrestrial
Forma de vida: tree
Fenologia: perenifolia
Longevidade: perennial
Biomas: Mata Atlântica
Vegetação: Floresta Ombrófila (Floresta Pluvial)
Habitats: 1.6 Subtropical/Tropical Moist Lowland Forest
Clone: unkown
Rebrotar: unkown
Detalhes: Árvore de 12 m de altura (Silva 2710), ocorrendo em floresta ombrófila da Mata Atlântica (Flora do Brasil 2020 em construção, 2018).
Referências:
  1. Byrsonima in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Disponível em: <http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB8838>. Acesso em: 12 Dez. 2018

Ameaças (2):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 1 Residential & commercial development habitat,mature individuals past,present,future national very high
Perda de habitat como conseqüência do desmatamento pelo desenvolvimento urbano, mineração, agricultura e pecuária representa a maior causa de redução na biodiversidade da Mata Atlântica. Estima-se que restem apenas entre 11,4% a 16% da vegetação original deste hotspot, e cerca de 42% da área florestal total é representada por fragmentos menores que 250 ha (Ribeiro et al., 2009). Os centros urbanos mais populosos do Brasil e os maiores centros industriais e de silvicultura encontram-se na área original da Mata Atlântica (Critical Ecosystem Partnership Fund, 2001).
Referências:
  1. Critical Ecosystem Partnership Fund (CEPF), 2001. Atlantic Forest Biodiversity Hotspot, Brazil. Ecosystem Profiles. https://www.cepf.net/sites/default/files/atlantic-forest-ecosystem-profile-2001-english.pdf (acesso em 31 de agosto 2018).
  2. Ribeiro, M.C., Metzger, J.P., Martensen, A.C., Ponzoni, F.J., Hirota, M.M., 2009. The Brazilian Atlantic Forest: How much is left, and how is the remaining forest distributed? Implications for conservation. Biol. Conserv. 142, 1141–1153.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 5.3 Logging & wood harvesting habitat,mature individuals past,present,future national very high
Dados publicados recentemente (Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2018) apontam para uma redução maior que 85% da área originalmente coberta com Mata Atlântica e ecossistemas associados no Brasil. De acordo com o relatório, cerca de 12,4% de vegetação original ainda resistem. Embora a taxa de desmatamento tenha diminuído nos últimos anos, ainda está em andamento, e a qualidade e extensão de áreas florestais encontram-se em declínio contínuo há pelo menos 30 anos (Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2018).
Referências:
  1. Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2018. Atlas dos remanescentes florestais da Mata Atlântica. Período 2016-2017. Relatório Técnico, São Paulo, 63p.

Ações de conservação (1):

Ação Situação
1 Land/water protection on going
A espécie foi registrada no Parque Nacional de Itatiaia (Braga 3392), Parque Estadual da Serra do Mar (Padgurschi 632), Parque Estadual Ilha do Cardoso (Udulutsch 1545), Parque Estadual do Jaraguá (Souza 931), Parque Estadual Carlos Botelho (Kirizawa 2731), Reserva Biológica de Nova Lombardia (Martinelli 10947), Reserva Ecológica Municipal de Macaé de Cima (Correia 213).

Ações de conservação (1):

Uso Proveniência Recurso
1. Food - human natural fruit
Os frutos da espécie tem uso alimentício (Elias e Santos, 2016) e na indústria de alimentos (Sampaio, 2015).
Referências:
  1. Elias, G.A., Santos, R., 2016. Produtos florestais não madeireiros e valor potencial de exploração sustentável da floresta atlântica no sul de Santa Catarina. Cienc. Florest. 26, 249–262.
  2. Sampaio, C.R.P., 2015. Caracterização físico-química, capacidade antioxidante e compostos bioativos de frutos de murici vermelho (Byrsonima ligustrifolia A.Juss.) em cinco estádios de maturação. Tese de Doutorado. Universidade Federal do Paraná, 102 p.